As zonas costeiras são regiões de transição ecológica, desempenhando uma importante função de ligação e troca genética entre os ecossistemas terrestres e marinhos, fato que as classifica como ambientes complexos, diversificados e de extrema importância. Estes ambientes apresentam elevada concentração de nutrientes e outras condições ambientais, como os gradientes térmicos e a salinidade variável, e ainda, excecionais condições de abrigo e de suporte à reprodução e alimentação, nas fases iniciais da vida da maioria das espécies marinhas. Estas características fazem destes ambientes importantes biótopos para a biodiversidade.
Os ecossistemas costeiros, regra geral são sujeitos a grandes pressões, quer através da ressalga e rebentações nos dias de maiores ondulações e tempestades, quer aos ventos fortes que se fazem sentir junto ao mar, principalmente no Inverno e notoriamente mais fortes nas costas voltadas a Norte. Encontramos escarpas altas na costa Oeste da maior parte das ilhas (Terceira, São Miguel, Santa Maria, Graciosa) que reflectem a formação vulcânica das ilhas.
Ao falarmos de ecossistemas costeiros é importante definir o supratidal - a zona que abrange toda a zona acima do intertidal, ou seja acima da zona sujeita às marés, desde a zona de salpicos em direcção aos ecossistemas terrestres. Portanto em termos de zonação e camadas, encontramos mais abaixo o intertidal e as poças de maré, as poças de rebentação, a zona de salpicos e a zona seca; a partir da última entramos no supratidal (Foto1). Tal como o intertidal, também o supratidal pode ser de várias tipologias consoante o tipo de substrato, desde rocha basáltica (basaltos dos subtipos pahoehoe, ou basalto AA, ou ainda traquitos), tufos vulcânicos (cinzas vulcânicas compactadas), bagacinas, pedra-pomes, ou encostas compostas por vários destes tipos (Fotos 2 e 3). Por vezes a rocha basáltica forma lajes (escoadas) e podemos ver o resultado de milhões de anos de erosão costeira através das baías e praias compostas por rocha redonda (calhau rolado, ou seixo) ou ainda as praias com areia. Os dois primeiros tipos (lajes e calhau rolado) são mais vulgares nos Açores.
Foto 1: Supratidal rochoso. Presença do bracel-da-rocha (Festuca petrae)e líquenes (Caloplaca marina). Foto Carlos Leal.
Foto 2: Zona Costeira da freguesia do Raminho (ilha Terceira). Notar alternância de escoadas lávicas com piroclastos. Foto Carlos Leal.
Foto 3: Zona costeira de São Sebastião, ilha Terceira (baía da Vila). Costa com diversos tipos de materiais geológicos. Foto Carlos Leal.
Foto 4: Zona costeira de formação em fajã (Caldeira de Santo Cristo, costa Norte da ilha de São Jorge). Foto Carlos Leal.
Ecossistemas Costeiros da ilha Terceira
ZPE (Zona de Proteção Especial) da Ponta das Contendas
Esta ZPE localiza-se entre a baía da Salga e a baía dos Salgueiros (Vila de São Sebastião) e ocupa uma superfície de 93 hectares, incluindo parte da zona costeira baixa e os ilhéus adjacentes – ilhéu da Mina.
A geomorfologia desta zona deve-se a lavas que atravessaram a vertente sudoeste do Pico dos Cornos, que ao atingirem a costa originaram uma península muito estreita com cerca de 500 metros de comprimento. A baía que aqui se pode observar, conhecida por Baía da Mina ou Baía das Mós, encontra a Ponta das Contendas a Sul e a Norte pela estreita península supracitada, fortemente erodida, principalmente pela ondulação marinha, mas também por alterações químicas dos materiais, deu origem à seguinte sequência de ilhéus: Ilhéu do Feno, separado do Pico dos Cornos por uma fenda estreita onde passa o mar; Ilhéu dos Garajaus, ligado ao ilhéu do Feno por uma faixa um pouco menos estreita; Ilhéu da Mina, um pouco mais afastado e já isolado (sem ligação terrestre aos anteriores).
Em termos de habitats naturais deste lugar incluem-se: praias de calhaus rolados, arribas marinhas e rochedos marinhos (ilhotas). Na vegetação das vertentes do Pico dos Cornos e Pico das Contendas, voltadas para a Baía da Mina, encontram-se a endémica dos Açores Urze (Erica azorica) e a Faia-da-Terra (Myrica faya), autóctone dos Açores. Estes matos costeiros incluem muitas incorporações da planta introduzida incenso ou “faia do norte” (Pittosporum undulatum), uma forte invasora. Nas zonas que ladeiam as arribas, encontra-se o Salgueiro ou Tamargueira (Tamarix africana), há muito introduzido no arquipélago.
Em termos de avifauna, referir que encontramos nos lhéus da Baía da Mina algumas colónias de espécies que nidificam aqui. Entre elas encontramos o Cagarro (Calonectris diomodea borealis), o Garajau-rosado (Sterna dougallii) e o Garajau-comum (Sterna hirundo). Estas aves estão rigorosamente protegidas por leis nacionais e internacionais. A postura envolve de 1 a 2 ovos de pequenas dimensões, sendo os ninhos feitos no chão com pedaços de plantas e pequenas pedras e por isso são difíceis de ver. Se as colónias forem perturbadas por humanos, os adultos podem deixar de alimentar as crias, que chegam a morrer se a perturbação se prolongar. Os garajaus adultos chegam mesmo a atacar os intrusos à bicada.
Em termos de ameaças à ZPE das Contendas, de referir as descargas de resíduos, atividade agropecuária, a já referida introdução de exóticas, a pressão de pesca (por exemplo a pesca nos ilhéus, que está interdita) e a pressão de lazer e turística, sendo esta uma área muito procurada para os grupos de turismo e para lazer, tanto dentro como fora de água.
Zona costeira das Contendas. Ilhéus do feno, garajau e da mina. Foto: Pedro Avelar.
Vista para a zona Norte da baía da Mina, com os ilhéus do "feno" e dos "garajaus" (excepto ilhéu da Mina). Foto: Carlos Leal.
Vista para a Ponta das Contendas, do flanco sul do Pico dos Cornos. Foto Carlos Leal.
Vista a norte dos ilhéus, do ponto mais alto do Pico dos Cornos. Destaque para o rebordo deste antigo cone, parcialmente desmontado pela ação da erosão. Foto Carlos Leal.
SIC (Sítio de Importância Comunitária) das Quatro Ribeiras
O SIC da Costa das Quatro Ribeiras inclui uma zona costeira de cerca de 274 hectares de superfície e de grande complexidade geomorfológica, com campos de lavas costeiras antigas, vales de ribeiras, baías de fundos rochosos incluindo formações basálticas de interesse e grutas semi-submersas. Este SIC representa bem a complexidade existente nas costas açorianas, apresentando por exemplo matos costeiros com cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) - a forma costeira é muito rara - e linhas de água permanentes com inclusivamente presença de cascatas.
Nesta zona encontramos diversos habitats, como enseadas e baías pouco profundas, a vegetação anual em zonas de acumulação de detritos pela maré, a vegetação perene das praias de calhaus rolados, falésias com flora endémica das costas macaronésicas, charnecas macaronésicas endémicas, grutas não exploradas pelo turismo e grutas marinhas submersas ou semi-submersas, o que atribui ao sítio uma grande biodiversidade.
Em termos de plantas endémicas dos Açores, pertencentes ao Anexo II da Diretiva Habitats, encontramos espécies como a Spergularia azorica, a Urze (Erica azorica), o Não-me-esqueças (Myosotis maritima) e a Vidália (Azorina vidalii).
No que diz respeito à avifauna, podem observar-se o Cagarro (Calonectris diomodea borealis) e o Garajau-comum (Sterna hirundo), espécies protegidas pelo Anexo I da Diretiva Aves, contando-se também com a presença de espécies como a Garça-real (Ardea cinerea), o Pilrito-das-praias (Calibris alba), e o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadius alexandrinus).
No mar esta é uma zona frequentada por pequenos cetáceos, destacando-se a Toninha-brava (Tursiops truncatus) e tartarugas, como a Tartaruga-boba (Caretta caretta), espécies constantes do Anexo II da Diretiva Habitats.
Em termos de ameaças a este SIC, de referir a existência de zonas de fácil acesso e zonas de média vulnerabilidade, quer em termos de lazer - zonas balneares, pesca, etc - quer devido à potencial pressão urbanista (fácil acesso). A introdução de exóticas constitui outra ameaça relevante,. bem como o pastoreio e a pressão de pesca, turística e de lazer.
Costa das Quatro Ribeiras. Foto: Pedro Avelar.
Aspeto da zona costeira circundante. Alagoa da Fajãzinha. Foto: Carlos Leal.
ZPE (Zona de Proteção Especial) dos Ilhéus das Cabras
Os ilhéus das Cabras localizam-se a sueste da cidade de Angra do Heroísmo, em frente à freguesia do Porto Judeu, na costa sul da ilha Terceira. Constituem-se em duas ilhotas vulcânicas altas (altitudes respetivas de 84 e 147 m) com uma superfície total de 29 hectares (são os ilhéus de maiores dimensões existentes nos Açores) e um perímetro costeiro de 3239m, estando relativamente afastados da costa.
Estas ilhotas vulcânicas encontram-se fortemente erodidas pela erosão marinha, sendo remanescências de um antigo cone vulcânico litoral. As movimentações tectónicas de um vulcão surtseyano também contribuíram para a atual estrutura em duas ilhotas. Os ilhéus encontram-se fortemente palagonitizados (exisência de tufos vulcânicos designados por hialocastitos). O acesso ao ilhéu é difícil embora sejam utilizados como zonas de pastagem para gado ovino. Os habitats existentes nesta ZPE são principalmente compostos por zonas de pastagem abandonadas e matos subespontâneos com vegetação rasteira não endémica (comunidades secundárias de recolonização após a intervenção humana que têm como dominantes espécies introduzidas subespontâneas).
Em termos de fauna (mamíferos), referir o morcego-dos-Açores (Nyctalus azoreum), único mamífero endémico dos Açores, estatuto de espécie ameaçada, com distribuição regular, embora não estejam identificados os seus habitats de nidificação. Há a referência a outras espécies de mamíferos que se tornaram pragas de difícil controlo, como os ratos. Outra espécie introduzida na ZPE e área adjacente é a lagartixa (Lacerta dugesii). Os ilhéus das Cabras são ainda locais de nidificação de Larus michaelis (gaivota de patas amarelas ou argêntea), que devido aos seus elevados números, constitui por vezes uma ameaça às restantes aves marinhas.
Aapesar da existência dos mamíferos e aves supracitadas, estes ilhéus apresentam uma área suficiente para suportar grandes colónias de aves, sendo esta uma ZPE importantíssima a nível do arquipélago com importância internacional para as aves prioritárias do Anexo I da Directiva Avesque ali nidificam. O seu enorme potencial para a nidificação de aves marinhas, leva a que seja frequente o registo denidificação de espécies como o Cagarro (Calonectris diomedea borealis), o Garajau-comum (Sterna hirundo), e o Garajau-rosado (Sterna dougalii), espécies protegidas pelo Anexo I da Directiva Aves. Para além destas ocorrem espécies como a Garça-real (Ardea cinerea), o Pilrito-das-praias (Calidris alba) e o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus). A ZPE detém. De referir que os ilhéus das Cabras, conjuntamente com a Ponta das Contendas, são os melhores locais da ilha Terceira para a nidificação de garajau-rosado.
A zona dos ilhéus também é frequentada por pequenos cetáceos, destacando-se a Toninha-brava (Tursiops truncatus) e tartarugas, como a Tartaruga-boba (Caretta caretta), espécies constantes do Anexo II da Directiva Habitats.
Em termos de ameaças à ZPE do Ilhéu das Cabras, apenas indicar o pastoreio e a pressão de pesca.
Ilhéus das Cabras. Foto: Pedro Avelar.
Grutas nos ilhéus das Cabras. Foto: Pedro Avelar.
No interior de uma gruta dos ilhéus. Foto: Pedro Avelar.
Tufos vulcânicos (hialoclastites). Foto: Pedro Avelar.
Ecossistemas Costeiros da ilha do Pico
Ilhéus da Madalena
Os Ilhéus da Madalena localizam-se na parte Sul do Canal do Faial, a 0,5 milhas náuticas do porto da vila e concelho da Madalena, na Ilha do Pico. Constituem-se em dois ilhéus: o Ilhéu Deitado, com 52 metros e o Ilhéu em Pé, com 59 metros. Trabalhos de investigação efectuados propõem a classificação desta zona como uma Reserva Natural.
Os ilhéus correspondem aos restos de um aparelho vulcânico submarino quase destruído em nossos dias pela abrasão marinha e pela acção de forças tectónicas. O seu fundo é uma antiga cratera em rocha de tufo. Os materiais que os constituem são de origem hidromagmática, nomeadamente tufos palagoníticos (material mineral rico em ferro, comum em ambientes de origem hidromagmática , resultante da alteração de materiais vítreos de natureza basáltica em presença de água) muito soldados. Na zona abrigada pelos ilhéus, chega-se aos 20 metros de profundidade. Nos fundos circundantes, há clareiras de areia e zonas com elevada acumulação de "calhau rolado".
Em termos de fauna e flora, apresenta como algas marinhas dominantes a Sphacelaria plumula, o Lithophylum incrustans e a Pterocladia capilacea. Entre a sua fauna característica, encontram-se aves marinhas, garoupas, serras e bicudas.
Ecossistemas Costeiros da Ilha do Faial
Vulcão dos Capelinhos
O Vulcão dos Capelinhos, também referido como Mistério dos Capelinhos, localiza-se na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, Ilha do Faial. O nome "Capelinhos" origina-se em dois ilhéus, os "Ilhéus dos Capelinhos" localizados em frente ao Farol dos Capelinhos. É uma grande atração turística do Atlântico, pela sua singularidade e beleza paisagística, estrutura geologicamente muito recente e quase virgem. A zona é relativamente baixa, entre os 20 e os 80 m de altura, com exceção da Ponta dos Capelinhos, com uma altitude de 141 m.
Este vulcão pertence ao complexo vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias inluindo derrames lávicos, ao longo de um alinhamento tectónico (fratura) de orientação geral WNW-ESE. A região da "Península do Capelo", formou-se à custa dos derrames lávicos de um alinhamento de vulcões recentes.
A Erupção vulcânica dos Capelinhos durou 13 meses, iniciando-se a 27 de setembro de 1957 a cerca de 1km a oeste da ilha, e terminando em 24 de outubro de 1958. O resultado provavelmente terá sido uma sobreposição da primeira erupção histórica (explosiva) com uma segunda, datada de 14 de maio de 1958 (mais efusiva). A partir de 25 de outubro de 1957, o vulcão entrou em fase de repouso. Este vulcão é considerado vulcanologicamente como um vulcão ativo. A erupção vulcânica deu origem a violentas explosões, devido à diferença abrupta de pressão com a água. Os materiais expelidos, acumularam-se à volta da chaminé vulcânica, dando origem a uma ilhota vulcânica em inícios de outubro de 1957, que se afundou no final desse mês. Em novembro de 1957 surgiu outra ilhota, próxima à anterior, estabelecendo-se no dia 12 de novembro de 1957 uma ligação ligada à ilha do Faial. Em dezembro de 1957, a cratera fechou-se ao mar, sendo que a erupção perdeu as suas caraterísticas submarinas e passou a apresentar um estilo estromboliano, com emissão de piroclastos e escoadas lávicas.
Nesta zona podemos encontrar os seguintes habitats naturais: enseadas e baías pouco profundas; recifes; vegetação anual da zona intertidal; vegetação vivaz das costas macaronésicas (flora endémica); grutas; campos de lava; escavações naturais e grutas marinhas submersas ou semi-submersas. As correntes de lava nas suas zonas mais húmidas estão a ser colonizadas por líquenes e algumas espécies de vegetação costeira pioneira.
Em termos de avifauna, nidifica regularmente nesta área uma colónia de Garajau-comum (Sterna hirundo) e, registou-se a partir de 1997, a nidificação de uma colónia de Garajau-rosado (Sterna dougallii), espécie prioritária da Diretiva Aves (cerca de metade da população europeia desta espécie nidifica atualmente nos Açores). O garajau-comum mergulha no mar à procura de pequenos peixes, por vezes em associação com golfinhos e atuns. Durante a corte nupcial, os machos oferecem peixe às fêmeas. Nidificam em praias de areia, calhau rolado ou em falésias, entre os meses de abril a julho.
Em termos de ameaças a esta ZPE e SIC dos Capelinhos, encontramos a erosão (muito significativa e de atuação rápida), o fácil acesso, a introdução de exóticas, o pastoreio, a pressão de pesca, turística e de lazer (uma área bastante visitada por turistas).
Vulcão dos Capelinhos e respetivo farol. Foto Pedro Avelar.
Vulcão dos Capelinhos. Foto Pedro Avelar.
Arriba Fóssil do Vulcão de Costado da Nau. Foto Pedro Avelar
O Monte da Guia é uma elevação que se situa junto da cidade da Horta, ilha do Faial. Conjuntamente com o Monte Queimado e as áreas envolventes, integra a denominada Paisagem Protegida do Monte da Guia, ocupando uma área de cerca de 360 hectares e com altitude máxima de 45 m. O grande valor em termos de conservação, turístico e de lazer, educacional ecientífico desta área justificou a sua classificação em 1980 como Paisagem Protegida, a primeira vez que uma área marinha açoreana foi objeto de medidas legais de proteção.
Geologicamente o Monte da Guia está associado a uma erupção basáltica do tipo surtseiano. O cone vulcânico principal (com tufos sobrepostos e estratificados, paralelamente à superfície)foi formado em águas pouco profundas, e está atualmente unido à ilha do Faial por um estreito istmo. Neste cone e resultante da erosão marinha, abriu-se um canal voltado a sul. No seu interior existem duas crateras geminadas - as "caldeirinhas" (Caldeira do Inferno ou Baía das Caldeirinhas). Estas apresentam um comprimento de 500 m e largura máxima de cerca de 250 m. Na zona central, apresentam uma profundidade que ronda os 4-6m. Para além do seu cone vulcânico, esta zona apresenta crateras, encostas, arribas, baías, enseadas, praias de calhau e areia e ainda recifes rochosos. Surgem depósitos piroclásticos de natureza hidromagmática, parcialmente litificados, os "tufos palagoníticos", que consistem em minerais ricos em ferro, resultantes da alteração de materiais basálticos e vítreos na presença de água.
Em termos de habitats naturais, encontramos neste SIC: charnecas macaronésicas endémicas; dunas fixas com vegetação herbácea (dunas cinzentas); enseadas e baías pouco profundas; falésias com vegetação das costas macaronésicas; grutas marinhas submersas ou semi-submersas; prados de Spartina (Spartinion); recifes; vegetação anual da zona intertidal e vegetação vivaz das costas de calhaus rolados. Destacam-se as dunas fixas com vegetação herbácea (dunas cinzentas) que são estabilizadas e colonizadas por espécies herbáceas como a Spartina ssp., bem como espécies como a Cakile edentula e a Salsola kali.
Ainda em termos de flora, encontramos vários elementos endémicos, como a Urze (Erica azorica), a Erva-leiteira (Euphorbia azorica) e o Bracel (Festuca petraea), e autóctones dos Açores, como a Faia (Myrica faya) e Junco (Juncus acutus). No istmo arenoso, entre os dois cones, encontra-se a rara (nos Açores) convolvulácea Ipomoea stolonifera. De notar quatro espécies com estatuto de proteção: Vidália (Azorina vidalii); Urze (Erica azorica); Myosotis maritima e Scabiosa nitens. Para além destas espécies, encontram-se plantas a tamargueira (Tamarix africana), o perrexil-do-mar (Crithmum maritimum) ou a invasora Pittosporum undullatum (incenso).
Quanto à fauna, encontramos algumas espécies com estatuto de proteção: o cagarro (Calonectris diomedea borealis); a tartaruga-boba (Caretta caretta); a garça-branca-pequena (Egretta garzeta); a toninha-comum (Phocoena phocoena); o garajau comum (Sterna hirundo) ou o roaz (Tursiops truncatus). No local, é ainda possível observar avifauna que aqui procura alimento e espaço para nidificação, como a gaivota-argêntea, o pombo-das-rochas e o garajau-comum, entre outras.
Em termos de fauna marinha, para além desta zona incluir zonas de maternidade para uma série de peixes, a área marinha desta SIC, como apresenta uma diversidade considerável de fundos e condições oceanográficas, torna-se muito valiosa para representar e estudar diversos habitats e comunidades marinhas dos Açores. Assim, observam-se muitas espécies de peixes, a título de exemplos: o mero (Epinepheus marginatus), peixe-cão (Pseudolepidaplois scrofa), rainha (Thalassoma pavo), peixe-rei (Coris julis), castanheta (Chromis limbata e Abudefduf luridus) ou os pequenos Cabozes (Blennidae sp.).
As principais ameaças a este SIC são o fácil acesso; a introdução de exóticas, pressão de pesca e turística.
Monte da Guia. Foto Pedro Avelar.
Vista do Monte da Guia para a Praia de Porto Pim e cidade da Horta. Foto Pedro Avelar.
Caldeira do Inferno ou Baía das Caldeirinhas (Monte da Guia). Foto Pedro Avelar.
Tufos palagoníticos (depósitos piroclásticos parcialmente litificados, com minerais ricos em ferro, resultantes da alteração de materiais vítreos de natureza basáltica em presença de água). Foto Pedro Avelar.
O ilhéu da Praia localiza-se em frente à Vila da Praia na ilha Graciosa, a cerca de 1,5 km da costa. É uma ilhota basáltica, com os restos de um cone litoral, com uma área de cerca de 12 hectares e uma altitude máxima de 51 m. O ilhéu da Praia encontra-se classificado como Zona de Protecção Especial, resultando da aplicação da Directiva Aves.
A estrutura geológica foi constituída por formações piroclásticas e escoadas lávicas subaéreas, estando em boa parte palagonitizado (material mineral rico em ferro, resultante da alteração de materiais vítricos de natureza basáltica em presença de água), particularmente os depósitos de areias vulcânicas resultantes da erupção da Caldeira da Graciosa. O ilhéu está quase inteiramente recoberto por solo relativamente profundo com vegetação arbustiva e endémica, como a Azorina vidalii (Vidália). Os fundos marinhos circundantes são constituídos por escoadas lávicas, apresentando-se parcialmente recobertos por blocos e pequenas manchas arenosas nas zonas mais profundas. O mar em redor do ilhéu é pouco profundo, não ultrapassando os 24 m num raio de 500 m em seu redor.
Este ilhéu alberga uma das mais ricas e diversificadas colónia de aves marinhas dos Açores, ponto de nidificação para espécies de aves constantes do Anexo I da Directiva Aves, como o Garajau-comum (Sterna hirundo), o Garajau-rosado (Sterna dougallii), Cagarro (Calonectris diomadea borealis),
a Alma-negra (Bulweria bulwerii),o Frulho (Puffinus assimilis baroli) - sendo o ilhéu um dos três locais mais frequentado por esta nos Açores - ainda o Painho-da-Madeira ou Angelito (Oceanodroma castro) e referência para o único lugar do mundo onde se encontra o Painho-de-Monteiro (Oceanodroma monteiroi), a menor ave marinha e endémica dos Açores. Regista-se ainda a presença de outras espécies de aves invernantes e ocasionais: Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus); a Rola-do-mar (Arenaria interpres); o Maçarico-galego (Numenius phaeopus), o Maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa) e o Pilrito-das-praias (Calidris alba).
Quanto à fauna e flora submarina característica inclui o peixe-cão, santola, boga e bodião-vermelho de grandes dimensões. A flora submarina caracteriza-se pela co-dominância de espécies como a Dictyota dichotoma, Corallina officinalis, Asparagopsis armata e de Cystoseira sp.
Relativamente às ameaças, referir que o ilhéu é facilmente acessível por mar, devido à existência de um pequeno porto mas o acesso está condicionado,a introdução de exóticas, a pressão de pesca, de recreio e lazer.
Esta área com altitude máxima de 178 metros localiza-se a cerca de meia milha da costa da Restinga. Geologicamente é o resultado do desmantelamento por abrasão marinha de um pequeno aparelho vulcânico. Inclui constituída uma zona agrícola, ilhéus, falésias costeiras, baías, rochedos e nascente de água.
Relativamente às espécies de flora com estatuto de protecção, referência a três espécies: Azorina vidalii; Erica azorica e Spergularia azorica.
Em termos de fauna com estatuto de protecção, neste ilhéu encontramos as seguintes espécies (ver nomes comuns acima): Bulweria bulweria; Calonectris diomedea borealis; Egretta garzeta; Oceanodroma castro; Pterodroma feae; Puffinus assimilis baroli; Sterna dougallii e Sterna hirundo.
Finalmente no que concerne às ameaças a esta ZPE de referir o fácil acesso, a introdução de exóticas e a pressão de pesca.
Ilhéu de Baixo. Foto Pedro Avelar
Ecossistemas Santa Maria
Monumento Natural Regional da Pedreira do Campo
Esta pedreira localiza-se na ilha de Santa Maria e envolve uma área de exploração de 200 m de extensão por 20 m de espessura. Nela podem observar-se sequências únicas de rochas nos Açores. Existem dois tipos de rochas presentes, rochas vulcânicas e sedimentares. As primeiras compreendem basaltos de antigas lavas submarinas (extrusivas) e as segundas são rochas carbonatadas - calcários fossilíferos - estas rochas sedimentares também são chamadas de biocalcarenitos fósseis, calcários bioclásticos e conglomeráticos, uma rocha formada através da fossilização de seres marinhos com concha). Quanto às rochas vulcânicas, estas consistem em afloramentos de piroclastos submarinos, de cor castanha-escura a avermelhada e ainda escoadas de lavas submarinas "em almofada" (pillow lava).
Os sedimentos presentes, através da expressão dos fósseis presentes em cada camada e datando e relacionando a sua idade (cerca de 5 milhões de anos), permitem aos cientistas estabelecer correlações estratigráficas (estratos, sedimentos) e paleogeográficas inter-macaronésicas (a comparação entre sedimentos, por exemplo dos Açores e Canárias, permite compreendermos melhor a história geológica e os processos de colonização das ilhas macaronésicas, bem como entre a Macaronésia e a Europa /África.
A zona circundante à pedreira apresenta-se em escadaria, o que ilustra os fenómenos de erosão marinha que moldaram a costa ocidental de Santa Maria. Próximo à pedreira encontram-se outros dois outros pontos de referência: um antigo forno de cal e uma gruta de esta era extraída.
Relativamente à fauna e flora, na área envolvente da pedreira, encontram-se espécies como a faia-da-terra (Myrica faya), a murta (Myrtus communis) e a endémica dos Açores Scabiosa nitens. Finalmente, em termos de avifauna destacam-se o milhafre (Buteo buteo rothschildi), o pombo-da-rocha (Columba livia atlantis), o verdilhão (Carduelis chloris aurantiiventris) e o canário-da-terra (Serinus canaria).
O Ilhéu de Vila Franca do Campo localiza-se na Vila Franca do Campo, na costa sul da ilha de São Miguel e está classificado como Reserva Natural.
Esta pequena ilhota vulcânica, fica a cerca de 500 metros da costa de Vila Franca. Existem ligações regulares marítimas com o ilhéu, durante a época balnear.
Este ilhéu é resultante de uma erupção submarina que originou uma cratera de forma quase circular, com cerca de 150 metros de diâmetro e com comunicação com o mar. É constituído por 2 ilhéus, o Ilhéu Pequeno, situado na costa nordeste, e o Ilhéu Grande, que constitui a maior estrutura emergente. Apesar do solo muito pobre, o ilhéu foi objeto de cultivo, subsistindo ainda restos das antigas curraletas de vinha que ocupavam a sua parte alta. A reserva possui uma área terrestre de 5 hectares (que inclui todo o ilhéu) e a zona marítima adjacente, até uma profundidade de 30 m.
O ilhéu é um cone vulcânico de origem hidromagmática, muito desmantelado pela erosão marinha e pelos movimentos tectónicos. Na sua constituição predominam os tufos palagoníticos (material mineral rico em ferro, comum em ambientes de origem hidromagmática, resultante da alteração de materiais vítreos de natureza basáltica em presença de água) muito litificados em formações caracterizadas por forte fracturação vertical, de que resultam grandes estruturas colunares e algumas cavidades subaquáticas. Apresenta forma semicircular, com uma área total de 95 hectares, dos quais estão emersos 61,6 hectares, com uma abertura por onde o mar penetra livremente na cratera. A cratera, com uma profundidade máxima de 20 metros, forma um círculo quase perfeito com 150 metros de diâmetro. A abertura, designada por Boquete, está voltada a Norte, isto é na direção da costa da ilha, o que impede a entrada da agitação marítima para o interior.
metros.
As comunidades terrestres, embora marcadas por uma forte intervenção humana, incluem ainda matos naturais de Faia-da-terra e Urze, onde subsistem espécies como o Bracel-da-rocha (Festuca petraea), o Junco (Juncus acutus), a Urze (Erica azorica) e a Faia-da-terra (Myrica faya). A riqueza natural desta Reserva compreende ainda numerosas espécies de algas e invertebrados, constituindo um património que deve ser salvaguardado.
Tanto na parte terrestre, como na marinha, visa proteger biótopos de elevada biodiversidade e defender a zona de nidificação do cagarro, uma ave marinha protegida. A sua importância para a nidificação de aves marinhas granjeou-lhe a inclusão na lista “Important Bird Areas”, da “BirdLife International”,Esta Reserva Natural Regional é uma importante zona de nidificação e de passagem de algumas espécies de aves marinhas, como o Cagarro (Calonectris diomedea borealis) e o Garajau-comum (Sterna hirundo).
e encontra-se na origem dos trabalhos desenvolvidos para remover flora invasora e repor a flora natural. Esta última foi desenvolvida sob a coordenação da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, com financiamento do Governo Regional dos Açores e do Programa LIFE+ da Comissão Europeia, que visa recriar as condições ambientais para a nidificação de aves marinhas.
O número de visitantes está limitado a 400 por dia, limite fixado atendendo ao impacto dos mesmos na geologia, flora e avifauna do local.
Cratera do ilhéu de Vila Franca do Campo. [Clique para ampliar]
Estes ecossistemas são fundamentais para as aves marinhas. Espécies migratórias como o cagarro (Calonectris diomedea borealis), que apresenta cerca de 74% da nidificação global a acontecer nos Açores durante o Verão, o garajau-comum (Sterna hirundo) e garajau-rosado (Sterna dougalii) e ainda o pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica).
Representam importantes habitats de transição entre os sistemas marinho e terrestre, e agem como barreira de protecção dos outros ecossistemas às intempéries marinhas (efeito-tampão). De referir a título de exemplo a integração deste ecossistema com os pauis e lagunas costeiras como a Fajã dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo, na ilha de São Jorge, as Lajes do Pico, ou os pauis do Concelho da Praia da Vitória, etc.
Finalmente referir as funções sociais, de usufruto humano, desde o recreativo, balnear, desportos, etc.
Classificação
Encontramos uma série de zonas costeiras passando por praias de areia, de calhau rolado, baías rochosas, zonas de escarpas, ilhéus, lajes, como na ilha do Pico (plataformas de declive mais suave), caldeiras (Monte da Guia, Monte Brasil, Caldeira das Lajes, ilha Terceira), promontórios, pontas (inúmeros exemplos em todas as ilhas dos Açores), zonas de escoadas, zonas de pedra-pomes, zonas de calhau rolado, zonas costeiras mistas (areia e calhau rolado), etc.
De uma forma muito genérica podemos considerar vários tipos de zonas costeiras. Em algumas zonas costeiras dos Açores encontramos por exemplo as fajãs. As fajãs (Foto 4 - caldeira Santo Cristo) são plataformas junto ao mar, resultantes do abatimento da anterior linha de costa, normalmente alta, através de fenómenos geológicos como os sismos de 1775 ou mais recentemente o de 1980. Nas zonas costeiras dos Açores, é comum vermos linhas costeiras altas, principalmente nas costas voltadas a ocidente, normalmente compostas pela alternância de escoadas lávicas com cinzas e piroclastos (pedra-pomes, bombas vulcânicas e bagacinas).
Caracterização Biológica
A zona costeira é bastante rica em termos de biodiversidade, distinguindo-se fortemente a vegetação costeira da mais interior, bem como a fauna, pois encontram-se adaptados às condições costeiras. Logo acima do intertidal, na zona de salpicos (supratidal), encontramos diversas espécies de moluscos (gastrópodes principalmente) no supratidal, como a Litorina (Littorina littorea - Foto 5).
Quanto à flora, encontramos ainda sobre a rocha o perrexil-do-mar, uma planta suculenta (Crithmum marinitimum - Foto 6) que ganha raízes em fendas do basalto, a erva-leiteira (Euphorbia azorica - Foto 7), a vidália (Azorina vidalii - Foto 8), e por vezes agrupamentos de juncos Juncus acutus ou Juncus maritimus (Foto 9).
Outras plantas superiores encontradas são a Conyza canadessis (pulicária), Foeniculum vulgare (funcho), Petroselinum crispum (salsa), Spergularia azorica (Esparguta-azórica - Foto 10) que prefere locais mais expostos na rocha, Portulaca oleracea (beldroegas) o morrião-escarlate (Anagalis arvensis), entre outras. O bracel-da-rocha (Festuca petraea - Foto 11) é visto com frequência nas encostas e na transição blocos-encosta, acima do calhau-rolado. Nas zonas superiores, no alto das falésias ou encostas, encontramos a tamargueira (Tamarix gallica) ou a cana (Arundo donax), uma espécie invasora.
Observamos na zona costeira plataformas e rochas basálticas contendo inúmeras espécies de líquenes. Seguem-se alguns exemplos: Caloplaca marina (cor-de-laranja), Lichina confinis (pretos), Ramalina farinacea, Lecanora sp., Roccella tinctoria, etc. Para mais detalhes sobre líquenes, consultar o Portal da Biodiversidade dos Açores.
No meio das encostas, em fendas ou buracos, existem ninhos de aves migratórias como o cagarro (Calonectris diomedea borealis - Foto 12) ou o pombo torcaz-dos-açores (Columba palumbus azorica). Junto à água observamos aves como como a gaivota argêntera (Larus argentatus), o maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos) e a rola-do-mar (Arenaria interpres) e no período estival, em alguns ilhéus e zonas costeiras protegidas, o garajau-comum (Sterna hirundo) e o garajau-rosado (Sterna dougalii), as duas últimas sendo espécies migratórias.
Em termos de flora, estas espécies dão lugar gradualmente aos matos e bosques costeiros (ver Laurissilva – bosque costeiro), compostos essencialmente por faia-da-terra (Myrica faya) pau-branco (Picconia azorica) e loureiro (Laurus azorica).
Foto 5: Zona de salpicos. Gastrópode Littorina littorea.
Foto 7: Erva-leiteira (Euphorbia azorica) uma planta vascular característica de zonas costeiras.
Foto 8: Vidália (Azorina Vidalii).
Foto 9: Junco (Juncus acutus).
Foto 10: Pormenor da planta vascular Spergularia azorica.
Foto 11: Bracel-da-rocha (Festuca petraea).
Foto 12: Cagarro (Calonectris diomedea borealis), uma ave marinha migratória bem conhecida da população.
Estado de Conservação e Ameaças
Uma das grandes ameaças a este ecossistema prende-se com a poluição por resíduos sólidos provenientes de ribeiras, mar, limpeza de barcos, despejo directo no mar, que são devolvidos através das rebentações à costa.
Como representam uma zona muito exposta às intempéries, facilmente estão sujeitos à erosão costeira e também à subida do nível das águas do mar. Este problema agrava-se quando decorrem obras costeiras, para construção de novas infra-estruturas, obras costeiras para zonas em risco, e obras de engenharia costeira (paredões, portos, marinas, etc). As zonas costeiras nas imediações de portos e actividades portuárias associadas estão sujeitas a diversas formas de poluição (ruído, hidrocarbonetos, emissões de esgotos, etc.).
Devido à acumulação de resíduos sólidos e à acção do Homem, por via do abandono de animais domésticos, ocorrem espécies de roedores (ratos), gatos e cães domésticos que destroem os ninhos das aves. Finalmente, referir as espécies invasoras, como a cana (Arundo donax), o chorão (Carpobrutus edulis), silva (Rubus sp.), incenso ou faia-do-norte (Pittosporum undulatum) e as inúmeras ornamentais plantadas pelas pessoas em casas à beira-mar, que acabam por escapar e colonizar habitats anteriormente ocupados por espécies nativas e endémicas.
GASPAR, C., BORGES, P., CARDOSO, P., GABRIEL, R. , AMORIM, I., FRIAS, A. M . MADURO-DIAS, F. PORTEIRO, J., SILVA, L. & F. PEREIRA. 2009., Açores - Um retrato natural. Ver Açor Editores, Ponta Delgada.
ÁREAS AMBIENTAIS DOS AÇORES [Coord. Eduardo Carqueijeiro], A.H, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, 2005, pp.71/72, 75/76.
PROPOSTA DE PLANO DE GESTÃO PARA A ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL «ILHÉU DAS CABRAS», Janeiro 2005 a Dezembro 2009. IMAR – Instituto do Mar, Departamento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores. Junho de 2004, pp.5,10,11,12,22